A freguesia de Alcofra está situada na vertente ocidental da Serra do Caramulo, Alcofra é uma terra deslumbrante, em parte graças aos rododendros, espécie botânica de grande beleza, que entre Maio e Junho, lhe dão um magnífico colorido. O rio Alcofra sulca as suas terras, tornando-as férteis para a prática da agricultura, sendo a agro-pecuária a atividade base para a economia local. O orago da freguesia é Santa maria da Assunção, celebrada anualmente a 15 de Agosto.O povoamento de Alcofra é muito remoto, não só anterior às primeiras informações documentadas, dos Séculos XII e XIII, mas de épocas pré-romanas, visto que nas imediações e nas altas montanhas que circundavam as várias populações da freguesia, não faltavam fortificações castrejas.
O próprio topónimo, Alcofra, indica a presença árabe na região; existem duas versões para o seu significado: a primeira será "all" que significa "os", seguido do substantivo "cafres" que significa "infiéis", referindo-se provavelmente aos árabes que aqui passaram e que terão chamado aos habitantes da zona, infiéis, por estes serem cristãos e não aderirem ao maometismo; a segunda versão é talvez a mais lógica, pois a palavra "alcofra" existe no vocabulário árabe e significa "algo côncavo, como uma cesta ou uma bacia" e Alcofra tem estas caraterísticas, pois tem a forma de uma bacia, cercada de montes por todo o lado.
Além dos árabes , também os romanos por aqui passaram, como o atesta a ponte romana perto da capela de S. Pedro, e os restos da via romana que seguia de Aveiro ao Vale de Besteiros, e que atravessava Alcofra no sentido Norte - Sul, e que terá sido ponto de passagem até depois da Idade Média.
Durante o processo da construção do Reino de Portugal, por D. Afonso Henriques, este teria concedido a um cavaleiro que o ajudara na luta contra os mouros, chamado Cid Aires, o couto de Alcofra, por carta foral de 1146. Este couto manteve-se inteiro, através do sistema de morgadio, até aos finais da Idade Média, altura em que o Morgado, herdeiro do couto de Alcofra, se tornou Monge do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Quando o Monge herdou o couto, o Mosteiro intitulou-se dono do mesmo, pois os bens dos monges eram pertença das ordens a que pertenciam. No entanto, o irmão do Morgado entrou em disputa judicial com o Mosteiro de Santa Cruz, após o que o couto foi dividido. A divisão seria uma linha recta , que ia da Meã até Farves, passando perto da porta fundeira da Igreja Paroquial, na altura uma pequena capela, onde ainda hoje se pode ver um marco com uma cruz gravada, que assinalava a divisão. Os habitantes de Alcofra passaram estão a pagar tributos: os de cima ao Mosteiro de Santa Cruz e os de Baixo, ao Morgado, que tinha a sua casa brasonada na povoação da Rua.
As Inquirições de 1258 da paróquia de S. Miguel de Campia, "terra" de Alafões, dedicam um parágrafo a Alcofra, referindo-se a esta, a Nogueira e a Sanfins, três das povoações da freguesia: "villa de Alcofra et villa de sancto felice et Nogaria este cautum per patronos et nullum forum facit regi (...)", informando então, da existência de um couto limitado por padrões, situação mais saliente no privilégio do que a das vulgares honras de então. O parágrafo referente a Alcofra, apenas acusa o couto e a sua isenção total de foro à coroa. A paróquia de Santa Maria de Alcofra não estava ainda construída no Séc. XIII, em que o lugar aparece na paróquia de S. Miguel de Campia. quando surge, a paróquia aparece como vigararia do padroado real e da apresentação do Conde da Lapa, comendador da Comenda de Jesus, no concelho de S. João do Monte. Alcofra pertenceu a este concelho até à sua extinção, em 24 de Outubro de 1855, passando então para o concelho de Oliveira de Frades, do qual passou para o de Vouzela a 2 de Novembro de 1871.
No lugar de Cabo de Vila, existe uma Torre Medieval, construída no Séc. XIV, que segundo a lenda esta torre possui um túnel que vai até ao Monte de Gralheiro e que terá acoitado os soldados cristãos em luta contra os mouros.
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